sábado, 28 de junho de 2014

Steal My Heart (Catch Me) (resenha)

Steal My Heart (Catch Me)

Fazia sei lá quantos séculos que eu não assistia a um filme asiático. Vou confessar que tenho um certo receio em assistir filmes asiáticos, porque por melhores que eles sejam, eu sempre acho que há algo monótono ou algo que me incomoda, mas não sei dizer o que. Em Catch Me também teve esse “algo” que me incomoda, mas eu acabei nem dando importância porque: a) Joo Won no elenco eu assistiria até se fosse o pior filme do mundo. b) Joo Won de policial me faz lembrar Bridal Mask e o quanto irresistível ele ficava de uniforme e naqueles ternos sob medida. c) O filme realmente me arrancou risadas!

Resolvi baixar o filme porque eu não tinha mais nada pra fazer. Estou esperando minhas séries americanas retornarem e ainda não decidi qual dorama vou assistir. Ai eu vi um post sobre o filme num blog que eu sempre olho quando preciso de ideias para assistir algo coreano e nem pensei duas vezes, fui logo atrás de baixar.

O enredo gira em torno de um policial que precisa prender uma ladra profissional. O problema é que ele acaba descobrindo que ela é sua antiga namorada e sem saber como criar coragem para prendê-la, ele acaba protegendo-a. O filme se desenrola em torno disso, basicamente.

Há muita comédia e romance, além de cenas de ação. Como eu disse no inicio, eu realmente dei risada com várias cenas. Joo Won é um dos melhores atores (talvez o melhor, mesmo eu amando mais o Lee Min Ho) que eu conheço. Esse cara se transforma em cada personagem. Ele faz drama e comédia como ninguém! A maioria das cenas que eu ri foram dele.

Como era um filme de comédia coreano, tinha umas cenas, umas partes, totalmente sem noção e toscas, mas para quem está acostumada, como eu, acaba sendo engraçado.

A química entre o casal principal era excelente! O ruim dos asiáticos é que eles não têm o costume filmar cenas mais picantes ou com mais beijos ou até mesmo um contato físico mais profundo. Na verdade, há um ponto positivo nisso também. Como eles têm mais contato sutil, como troca de olhares, abraços rápidos e coisas do tipo, você acaba vibrando ainda mais pelo casal e parece que em nenhum momento o romance fica chato (isso serve para os filmes e doramas). Os dois beijos mostrados no filme entre o casal principal foram simplesmente perfeitos! Eu vibrei muito, pelo menos.


A história é tão aflitiva, que você não sabe se eles vão ficar juntos ou serem presos, então vale totalmente a pena assistir até o final. Já estou até pensando em re-assistir, porque é uma comédia romântica muuuito gostosa.

download: link aqui

Por: Mar

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Todo Dia (resenha)

Todo Dia
Autoria: David Levithan
Editora: Galera
Nota: Quatro estrelas
Sinopse: Neste novo romance, David Levithan leva a criatividade a outro patamar. Seu protagonista, A, acorda todo dia em um corpo diferente. Não importa o lugar, o gênero ou a personalidade, A precisa se adaptar ao novo corpo, mesmo que só por um dia. Depois de 16 anos vivendo assim, A já aprendeu a seguir as próprias regras: nunca interferir, nem se envolver. Até que uma manhã acorda no corpo de Justin e conhece sua namorada, Rhiannon. A partir desse momento, todas as suas prioridades mudam, e, conforme se envolvem mais, lutando para se reencontrar a cada 24 horas, A e Rhiannon precisam questionar tudo em nome do amor.

Avaliação: Acho que posso começar esta resenha dizendo: Leia este livro e depois me conte o que achou. Mas leia. Talvez ele pareça um pouco monótono, mas as palavras impressas neste livro vão te tocar de alguma forma. Mesmo que você ache o livro mais chato do mundo, você ainda vai ficar maravilhado com as palavras, a poesia, a simplicidade e a realidade. Algumas coisas na leitura de “Todo Dia” vão te atingir. Superficialmente ou brutalmente, mas vão. De uma forma ou de outra, o livro vai te transmitir uma mensagem e isso é o mais legal de tudo!

“Que história é essa sobre o instante em que você se apaixona? Como uma medida tão pequena de tempo pode conter algo tão grande? De repente, percebo por que as pessoas acreditam em déjà vu, por que acreditam em vidas passadas; porque não há meio de fazer com que os anos que passei na Terra sejam capazes de resumir o que estou sentindo. O momento em que você se apaixona parece carregar séculos, gerações atrás de si – tudo isso se reorganizando para que essa interseção precisa e incomum possa acontecer. Em seu coração, em seus ossos, por mais bobo que saiba que é, você sente que tudo levou a isso, que todas as flechas estavam apontando para este lugar, que o universo e o próprio tempo construíram isso muito tempo atrás, e agora você acaba de perceber que chegou ao local onde sempre deveria ter estado."
A premissa da história já é por si só bastante instigante. Um ser (homem ou mulher, não importa) vive todo dia uma vida nova. Hospeda-se em pessoas diferentes. Mas todas da mesma idade e todas moram relativamente perto umas das outras. Adolescentes de 16 anos. Esse hospedeiro intitula-se de “A” e vive cada dia tentando não interferir na vida de nenhum dos corpos que habita. Até se hospedar no corpo de Justin e conhecer sua namorada. Ai tudo muda.

Acredito que de clichê, essa história não tenha nada. Pode parecer um romance, mas senti que esse romance impossível foi apenas uma forma de o autor chamar atenção das pessoas e prender os leitores para falar de assuntos muito mais complexos. Ao mesmo tempo em que é uma história de amor, é também uma história SOBRE amor. E ao mesmo tempo que é sobre amor, é também uma forma genial de refletir sobre o ser humano e seus preconceitos.

No começo do livro “A” deixa bem claro como ele aprendeu a se adaptar e como parece fácil pular de vida em vida, pois todos os adolescentes e todas as pessoas, no fundo, sejam iguais. E ao mesmo tempo, todas diferentes. Pois todos os corpos que ele habita por um dia, possuem vidas, pensamentos e fisionomias completamente diferentes.
"Ele está blefando. Só pode estar.
- Não existem outros como eu - digo.
Os olhos dele faíscam para mim novamente.
- Claro que existem, Andrew. Só porque você é diferente, não significa que seja o único."
Quero apenas ressaltar o quanto esse trecho, esse diálogo, me fez pensar e me tocou. Acho que de todos os trechos desse livro, esse foi o melhor para mim. Foi como se, por trás de um diálogo inocente, ele quisesse dizer aos leitores "ei, você aí que anda na pior, que acha que é o único com os problemas maiores do mundo... Existem outros iguais a você que você nem sonha em conhecer". E acho que de certa forma, saber que não estamos sozinhos, é um consolo.  

Outro ponto legal que tudo isso trouxe, é que por mais que “A” fosse livre de preconceitos (e ele só era livre por não ter escolha, já que a vida inteira esteve na pele de milhares de pessoas diferentes), ele não sabia e não conseguia entender como era viver sendo uma pessoa só a vida inteira e ter que aceitar o peso da sociedade, da família e dos amigos por ser quem é. Por ter uma aparência que não vai mudar muito ao longo dos anos e não há nada que se possa fazer. Ele não sabe como é criar laços e o quão difícil pode ser. Nem sabe como é de fato, perder alguém. Pois embora tenha vivido muitas vidas, ele não entende a responsabilidade de viver apenas uma.
“É isso que o amor faz: que você queira reescrever o mundo. Que você queira escolher os personagens, construir o cenário, dirigir o roteiro. A pessoa que você ama senta de frente para você, e você quer fazer tudo que estiver ao alcance para tornar isso possível, infinitamente possível. E quando são apenas vocês dois a sós numa sala, você pode fingir que é assim que as coisas são, que é assim que serão.”
O que me deixou mais ansiosa foi saber se Rhiannon iria aceitar “A” não importando sua aparência, se iria amá-lo de todas as formas ou não. Queria saber como o autor iria trabalhar a ideia de até que ponto a aparência importa. E confesso que achei muito legal a forma como o assunto foi abordado no livro. Gostei muito da Rhiannon, pois suas ideias, seu modo de pensar, eram condizentes com a realidade. Senti que eu viveria esse drama da mesma forma que ela.

No final das contas, “A” me parece o tipo de essência que todos nós deveríamos ter, mas que me parece impossível de alcançar. Amar para ele não tem a ver com gênero ou com aparência. Amar é amar. E ele ama Rhiannon por fatores que transpassam a beleza física. É o jeito dela, a bondade dela, que o faz ficar interessado. E ela, por sua vez, tem dificuldades em aceitar “A” nas suas diversas formas. Ela o ama, mas o exterior dele a incomoda diversas vezes.

O desfecho me surpreendeu. Não vou dizer se foi bom ou se foi ruim, mas eu gostei. E terminou com aquele gostinho de “quero mais”. Sinto cheiro de continuação no ar. O autor deixou pontas soltas. Tudo bem se for livro único, mas senti que o autor quis deixar um gancho de propósito, para que houvesse continuação.

A capa é linda, a diagramação é boa. Acho que encontrei alguns erros de digitação, mas não tenho certeza. Enfim, super recomendo!
“Um dos cartazes dos manifestantes chama minha atenção. Está escrito: HOMOSSEXUALISMO É OBRA DO DIABO”. E, mais uma vez, penso em como as pessoas usam o diabo para dar nome às coisas que temem. A causa e o efeito estão invertidos. O diabo não obriga ninguém a fazer coisas. As pessoas é que fazem as coisas e culpam o diabo por isso.” 
Por: Mar 
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...