sábado, 14 de dezembro de 2013

Amada Imortal (resenha)

Amada Imortal
Autoria: Cate Tiernan
Editora: Galera
Nota: 5 estrelas.
Sinopse: Primeiro livro de bem-sucedida trilogia, mistura fantasia sobre imortais a uma história moderna de jovem em busca de si mesma e de redenção. Questões de identidade e moralidade aparecem na trama, protagonizada pela imortal Nastasya. Nascida em 1551, acostumada a beber e sair para baladas cada vez mais loucas, ela perdeu o rumo. Suas conexões com outros imortais, interessados apenas em suas habilidades mágicas, a fazem partir em busca de um propósito. E o encontra em uma espécie de clínica de reabilitação para os de sua espécie, onde conhece um pouco mais sobre o próprio passado e cria importantes laços para o futuro.

Avaliação: Esse livro me surpreendeu de uma forma sensacional, pois eu o tinha comprado apenas pela belíssima capa.

Nastasya, Nasty ou Nas para os amigos, é uma imortal de mais de 400 anos. Imortais aqui em Amada Imortal, são humanos que simplesmente não morrem e possuem magick (o mesmo que magia). Não há essa história de beber sangue, não ficar doente ou de ressaca, pois eles adoecem e podem ficar bêbados e de ressaca, só não morrem ou pelo menos, é muito difícil de acontecer.

Nasty presenciou algo horrível aos 10 anos de idade e desde então começou a fazer uma bolha em torno de si, não literalmente, apenas um modo de dizer, significa que ela se fechou para novas emoções, para o sofrimento.

''Ninguém sabe, falei para mim mesma de novo. Eu nunca tive que contar para ninguém, e ninguém jamais saberá. Eu era a única pessoa viva que tinha visto aquilo, visto minha mãe e meu irmão matarem um homem, visto a cabeça do meu pai rolar pelo chão. Eu era a única pessoa viva que sabia que era a última sobrevivente da casa do meu pai, que a magick dele estava enterrada em algum lugar bem fundo de mim. Enquanto ninguém soubesse, ninguém viria atrás de mim, ninguém tentaria tirar meu poder à força. Era o meu segredo.''

Neste primeiro volume é meio parado em termos de ação e romance, mas eu não acho que isso tenha estragado o livro, muito pelo contrário, adorei essa parte. Não é todo livro que mostra de fato como uma personagem afetada consegue se reerguer e aprender a viver por si só, sem se apoiar num parceiro amoroso.

''Aqui, eu era tão diferente; estava me dando conta de que tinha me afastado tanto das normas da sociedade comum que eu parecia quase uma aberração no meio dessas pessoas.'' 

Amada Imortal me fez refletir sobre a vida. Nastasya viveu tanto tempo e o gastou com nada, não soube ser feliz, criar laços verdadeiros com quem quer que fosse. Fazemos isso às vezes. Nos perdemos num mundo agitado que não sabemos ou não nos lembramos como aproveitar as coisas simples da vida, como tirar felicidade de coisas realmente singelas.

''— Por causa da relativa extensão das nossas vidas, muitas coisas perdem a importância ou se perdem diante de um pano de fundo tão grande — continuou River — Quantos amantes você já teve? Quantos filhos? Quantos amigos você amou e já morreram? Para as pessoas normais, esses eventos são enormes e modelam ou mudam suas vidas por completo. Para nós, é só um brilho no tempo. Mas essas coisas nos afetam. Uma a uma, pouco a pouco, perda após perda, nós ficamos diminuídos. Perdemos tanto por tanto tempo que a maioria das coisas, a maioria das pessoas, a maioria das experiências perde seu valor para nós, perde o peso. Esquecemos como valorizar as coisas, como sentir as coisas. Esquecemos como amar.''

Nossa protagonista vai aprendendo a dar valor as coisas simples e a ser feliz num lugar chamado River's Edge. Este local é uma espécie de casa de reabilitação para imortais que precisam de um tempo, que possuem algum problema ou querem aprender algo. Ela vai parar lá, com River e todo o pessoal, pois presenciou seu melhor amigo Innocencio, ou Incy, torturando um simples motorista. Então tornou-se insuportável continuar perto dos amigos, pois começou a perceber que não era essa a vida que queria, com pessoas que não sabia ou nunca tinha se tocado, de que eram capazes de tal atrocidade.

''— Vencemos de muitas maneiras diferentes — disse Asher. — Muitas pequenas vitórias. O principal nessa vida não é ser bom o tempo todo. É ser tão bom quanto se pode ser. Ninguém é perfeito. Ninguém faz a coisa certa o tempo todo. Não é assim que a vida é.''

River é sensacional. Não há como não amá-la e não temê-la. Ela não deu nenhum motivo assustador pare ter medo, mas parece ser muito influente e não sei, só tenho um pouco de medo dela às vezes.

''Abri a boca para argumentar, mas ela só olhou para mim com firmeza até eu fechá-la. Totalmente.'' Perceberam o porquê do meu medo?

Há uma pitada de romance (Nasty e Reyn) e um inimigo mosca (que existe, incomoda, mas não causa dano real). Também há a descoberta e o aprendizado sobre imortais e sua magick. Lembrou-me um pouco da Série House Of Night, pois eles fazem uns círculos de magia, mas é bem diferente, tudo.

Eu adorei as personagens. Todas! As personagens secundárias são de fundamental importância para Nasty. Não tem como não sentir certo apreço ou ódio mortal por alguns.

Outra coisa que gostei bastante é que mesmo Nastasya estando parada no tempo, há um desabrochar magnífico. Dá para perceber seu amadurecimento de uma adolescente, para uma jovem adulta. A Nas do início do livro é bem diferente da Nasty do final do livro. Também há o seu passado, aos poucos vai encarando cada uma de suas lembranças e aprendendo que afinal, é só passado e não o presente. O aqui e o agora é mais importante.

''Uma demonstração do quanto eu ainda era imatura e não evoluída, junto com uma boa dose de autodestruição, foi que meu primeiro instinto seria dizer: Oh, estávamos juntos no galinheiro.''

''Naquela época, eu estava , no tempo e na distância, em um outro mundo longínquo, uma outra eu. Agora eu estava aqui, bem aqui, na realidade, e esta era eu agora. Eu não estava mais lá, não era mais aquela garota. Por algum motivo eu nunca tinha entendido isso antes.''

Como eu disse antes, a capa é linda e tem uma textura bem gostosa. As letras são de bom tamanho e as folhas são boas.

Recomendo o livro. Já estou lendo o volume 2 e mal posso esperar pelo 3. Agora que Nastasya aprendeu a viver, penso que a verdadeira ação e romance podem começar.

Por: Mel

2 comentários:

  1. Oi, Mel (agora acertei, haha).
    Eu já tenho esse livro a bastante tempo, parece ser ótimo. Todo mundo que leu, amou. Estou me segurando pra não fazer dele uma das minhas próximas leituras porque prefiro começar a ler quando todos os livros da série já foram lançados (para não ficar naquela agonia de querer o próximo e não ter saído, como fiquei com Academia de Vampiros [não sei se conhece]).
    Amei a resenha, me deixou com ainda mais curiosidade! Que bom que a Natasya não se apoia em um par romântico, essas menininhas indefesas me irritam, haha. E, pelo que percebi na resenha, não tem triângulo amoroso (ou tem?), o que é um super ponto positivo!

    Adoro seu blog, beijos,
    Livro de Unicórnios

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    Respostas
    1. Oi, Julia :)
      É um pouco frustrante quando se lê um livro muito bom que tem continuação, mas ela ainda não foi lançada. A sensação é horrível, mas eu não consigo evitar a leitura de um livro que julgo interessante e a série não foi completada ainda.
      Sim, eu conheço Academia de Vampiros, já li o primeiro volume e tenho o segundo esperando por mim na estante.
      Bem, eu não diria que tem exatamente um triângulo amoroso. Reyn não se envolve romanticamente com mais ninguém e nem Nastasya.
      Beijos!

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